Archive for the 07 Redondilha Maior Category

Videiras

Posted in 07 Redondilha Maior on 13 de agosto de 2010 by Prof Gasparetto

Lavei minh’alma com vinho
e me encondi em videiras…
um copo eu beijo sozinho
quem sabe a vida inteira!

Podem trazer as videiras
que nas pisadas faremos
um vinho que é de primeira:
garrafas, nós encheremos!

Após pisarmos nas uvas
e nos brindarmos a sós
talvez debaixo das chuvas,
vinhedos seremos nós…

Um cálice, talvez dois,
preencham os desenganos,
os planos virão depois
por sermos nós dois ciganos!

Com uvas beijei teus lábios,
videiras pintei teu corpo,
me diga se somos sábios
vivendo um pelo outro?

Sem vinho não há acordo
sem beijos tão pouco ainda…
quem sabe colha em teu corpo
videiras p’ra minha vida!!!

Ilha da Fantasia

Posted in 07 Redondilha Maior, Poemas, Poesia on 20 de outubro de 2008 by Prof Gasparetto

Mesmo que eu roube teu beijo
nunca serei teu amante?
Me perco nos meus desejos,
me perco nos teus distantes…

fico a andar pela vida,
queria ser navegante,
mas em teu braços querida
sinto que serei amante!

Basta dizer em qual ilha
que farei um castelo…
o teu olhar me domina
ser teu amante é o que eu mais quero!

Já passa da meia-noite
e um luar se dissipa…
ouço no mar teus açoites:
ouço no ar quanto gritas!

É realmente desejo?
Ou uma façanha da vida?
Quero roubar só um beijo,
ser teu amante querida!

Fagulhas

Posted in 07 Redondilha Maior, Crônicas, Poemas, Poesia on 29 de março de 2008 by Prof Gasparetto

Invernos! Vivi invernos!
Se o frio que sofro é saudade
Meus textos já não são eternos
Amamos e nunca foi tarde!

Crescemos fingindo paixões
Num tempo que amei de verdade
Deixamos o amor pra depois
Sem ter uma vida que agrade!

Queimamos invernos tão sós
Em quartos tão frios de dor
Lembranças viraram torpor…

Em quadros pintados por nós!
Quisera eu ser teu inverno
E em teu calor ser eterno!

Perfumes ao Vento (ou Rastros de Adeus) XVII

Posted in 07 Redondilha Maior, Pensamentos, Poemas, Poesia on 31 de janeiro de 2008 by Prof Gasparetto

XVII – GIZ

I
Sofrer, porque sofrer?
Retiras teus gostos, sofrer!
Se sofro não por querer,
Valei-me quando eu quiser…

Diante das amarguras,
Alianças fizeram pra mim,
Penúrias, oh quantas penúrias,
E eu distante de ti!

Por eu querer tanto assim
Das tuas verdades d’e-mails,
Trancaram as mensagens q’eu fiz

No alto de muitas colinas,
Icei-te para não te perder,
Icei-me aos ventos, como resto de um giz!

II
Não quero riscar o teu céu
 com tantas perguntas que tenho,
se sofro é por tua ausência,
se morro é pelo veneno…

Criei em mim um momento
que até duvido que viva,
o giz se perdeu pelos ventos,
os ventos levaram-me a vida!

Se creio é porque há uma certeza:
Que aparando teus riscos
Talvez me tragam a beleza…

Se lamento, é porque sou humano,
Se sofres, eu vivo teus riscos,
Se foges, eu sofro um engano!

III
Difícil quebrar tais motivos
Se não se consegue amar,
Não se consegue um alívio,
Amor não consegue se amar?

Meus atos são todos incertos,
Prendo-me em sofreres alheios
Não consigo manter-me desperto,
Talvez sejam meus meros anseios!

Tem coisas que podem romper
Com todos estes pretextos,
Primeiro elimina-se o sofrer

Segundo, o que o meu provérbio me diz:
“Tudo o que um giz tenha feito
Um simples apagador já causa muito efeito!”

(Ago: 07, 2001)

Encontros e Despedidas

Posted in 07 Redondilha Maior, Pensamentos, Poemas, Poesia on 31 de janeiro de 2008 by Prof Gasparetto

Neste vazio, pequei!
(Em) braços estranhos dormi!
Vida nem sabe porque…
Deram-me tanto de ti!

Curar as minhas feridas,
Milagres talvez tu faças!
Saio em silêncio da vida…
Estou perdido, sem graça!!!

Que se transborde a taça,
Com tudo que atrapalha,
A dor quer ser meu tormento…

Distante de qualquer praça,
Eu digo então cara-a-cara:
-“Não quero mais, sofrimento!”

(Jan: 30, 1982)