(Art by George Grie)
I – As Rusgas
I – As Rusgas
I – As Marcas
Entendendo quando tu te escondes,
Silencias o próprio silêncio
Silencias a minha própria existência!
Antes acreditava numa oportunidade
Meramente única, não-simbólica…
Acreditava nisso!
Entendia que poderíamos quebrar o silêncio
Mas, caí no teu silêncio…
Entendemos que seria possível…
Como possível?
Ouço tuas letras espalhadas na net,
Volto ao mesmo ponto: Por quê?
Escrevi tantas frases
Sabendo que um dia lerias…
Rimei tua distância
E nunca deixei que a saudade
Culminasse num adeus definitivo!
Elaborei encontrosTodos foram se amarelando
nas gavetas do tempo!!!
Nas frases, o segredo poderia ser revelado…
Ouço distante quando me chamas!
Clamo pelos teus olhares
Ainda que cego por te ver!
Antes as cores excitavam-se nas varandas
Impressionavam-me com tuas formas líricas
Reconstrui teus lábios
Emudecendo-me no mel do teu gostar,
Ditei perfumes campestres em teu corpo
Ousando seqüestrar de todos os jardins
Perfumes de delírios!
Lamentei profundamente não ter te amado antes!
Envelopes por sobre a escrivaninha
Viciferam um talvez melancólico,
Institintivamente te amei sem que tu soubesses!
Suspirei em minha madrugadas,
Silenciei meu travesseiro único!
Obriguei-me a trancar a esperança
Perguntando se eu estava errado!?
Mistificando nos atos a possessividade…
Iríamos contemplar um dia
Os sonhos que temos em separado?
(Abr: 06, 2008)
(Marta Dahlig, locked)
Nas nossas palavras ficamos
Andando em sentidos opostos
Ouvimos saudades nos planos…
Queremos vingar nosso tempo
Usando nos gestos clamores
Enquanto vivermos distantes
Remendos de encontros vazios
Ousamos ficar em silêncio!
Meus atos nos deixam cativos…
Algemas de súplicas somos
Iremos prender nossos anos
Sementes que não vão brotar!
Pedimos perdão cara-à-cara
Ensaios de um texto décor
Registros de inúmeros planos
Sementes que não vão brotar!
Insensíveis fomos atores
Sabendo que o palco ruiu
Trouxemos em nossa bagagem
Imagens sem cores vermelhas
Reprises não voltam atrás!
Achamos por bem a distância…
Unimos o que nunca uniu
Medimos as nossas partidas
Agimos quais dois paleolíticos
Medindo instintos por vezes
Olhamos os rostos marcados
Rogamos não envelhecermos!
Queremos de novo as peles
Umedecermos os gestos…
Então só te resta parir!
Silêncios me deixam calado
Em todos os cantos paramos
Inesquecível sonhar!
Queridas manhãs de outono
Um dia pudemos podar
Enlaces de noites perpétuas!
É isso que busco em nós dois…
Poeiras e mares suspiram
Roteiros que engavetamos
Os poucos momentos de nós
Irritam as nossas presenças
Beldades de irônicas vozes
Impedem que amemos eternos
Ditamos no texto o falar
Olhamos em nós a crônica feita por um…
(Mar: 12, 2002)
Reflexilabicamente, sinto nas palavras que devemos controlá-las para que não sejamos controlados!
O medo, a dor, a culpa, …
adjetivos?
substantivos?
pleonásmos?
incoerências?
Tétricas demais para encontar um valor próximo…
Estou a meditar em tuas palavras, e acredito em breve, que momentos agradáveis superarão tempos anteriores!
Não quero que te cales ante as tempestades de casualidades, ou que te extravies pelas escrivaninhas, como quem pede socorro às gavetas…
Apresenta-te com total fulgor e transbordante sapiência!
Me perdoe, mas consigo transcrever os zilhões de coisas que gostaria de expor!
Aurélios engavetados, Michaellis de babelitas: sois limitados demais à minha ânsia de se chegar à Ilha de Fátma!
(Abr: 02, 2008)