PALAVRAS MORDIDAS QUE CODIFICAM OS SENTIMENTOS

(Betto Gasparetto+)

by Designer Creator DALL·E 3

Venha morder minhas palavras…
Somos palavras mordidas que muitas vezes codificam os nossos sentimentos íntimos…

Onde te encontro?
No eco dos suspiros que se perderam nos lábios?

Oh minha musa, como são os teus sussurros?

Estamos realmente entrelaçados pelas mãos invisíveis do tempo?

Será que revelando segredos guardados no silêncio poderemos juntar nossas almas inquietas?

Tenho medo de cada palavra, cada adjetivo…
Emudeci teus olhos com os meus beijos…
Acolheste-me feito concha como uma pérola preciosa…
Como carregar consigo o peso dos momentos vividos?
Onde estão os amores perdidos e os sonhos não realizados?

Meus sentimentos são fragmentos de emoções entrelaçadas…

Teus suspiros outrora entrelaçaram-se como fios de uma teia invisível de questões que costuram os corações apaixonados…
Paixão?
Amor?
Como desenhar uma linguagem de olhares trocados e de gestos sutis?
Nossas palavras mordidas tentam nos codificar para ressignificar a vida!

Dançamos ao ritmo do amor e da paixão, será que me entendes?

As dores são como flechas lançadas ao vento, perfurando-me no íntimo dos meus ossos.

Queria eu esculpir as barreiras da indiferença!

Te amei totalmente em poros para te alcançar nos mais profundos recantos da tua alma…

Às vezes penso.
As vírgulas suaves de tuas frases são como o toque de uma pluma, e por vezes cortantes como lâminas afiadas em meu peito quando me vejo em monólogos…

Por que as palavras mordidas desenham paisagens emocionais em nós?

A quem pertence o silêncio?

Como se faz presente, as palavras mordidas?

As saudades ferem meus quereres, como se fossem espinhos na minha jornada…

A saudade é um silêncio que se enche de um lamento no vazio, proclamando depressão e distâncias.

Onde estão os pássaros enjaulados, ansiosos por voar com seus cânticos para além das fronteiras da linguagem?

Mas mesmo quando estamos calados, as palavras mordidas, orquestradas em olhares, continuam a pulsar secretamente dentro de nós, alimentando o fogo incessante da paixão e da eterna inspiração que me trazes.

Como nos aquecer em brasas ardentes que queimam no âmago do ser em nós?

Como viver mantendo viva a chama da vida e da criação?

Assim, mergulho em teu oceano buscando nas profundezas intimas desse oceano, todas as emoções, ora navegando entre as ondas das palavras mordidas que codificam os sentimentos, ora como náufrago querendo ser resgatado em teu corpo seguro…

Eis que não haverá mais tempestades que nos tragam desesperos, ou ainda sensações de distanciamento…

E quero que saibas meu amor o que as tuas palavras me deram de presente: encontrei em ti a essência da minha própria existência, revelada através da magia codificada da linguagem!

(Betto Gasparetto)

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