Inóspitos Desejos II

(Art by George Grie)

I – As Rusgas

Quand’ abri a porta
Senti reação
De quem te mudou!
As pedras reclamam
Dizendo que andas
Chutando paixões!
Desertos plantamos
Tiramos das cores
A cor de viver!
Acordes confusions
Cantamos aos berros
Calando morremos!
Abrolhos nos quartos
Escadas sem nexo
O vinho azedou!
Lareiras em teias
Transbordam passados
Gemidos talvez!
Tornamos tão ácidas,
A plástica, o beijo,
Que o adeus corroeu!
(Fev: 21, 2001)

4 Respostas to “Inóspitos Desejos II”

  1. Lindos versos como sempre!!!! Bjus

  2. Como eu poderia descrever esta científica sensação de bem estar… é físico porque o corpo treme e a pele arrepia…
    Entretanto, em qual parte o espírito do poeta jorra o êxtase de quem lê ou escuta seus versos?
    Esta intrusa interrogação faz parte do que sentiu-se condenado. Porque, detentos ficamos depois de ouvir a canção do poeta. A prisão dura pouco, porém. Só porque poesia é um grito que foge do criador dela. Vaga um pouco, ou para sempre. E, infinitamente mortal, condena os incautos que aplaudem o poeta enquanto ele chora, perguntando-se no breu: ‘Fiz o quê?’
    E desta forma, versos que de tão lindos tornam-se carrascos a me chicotearem o coração, fica entendido, de forma contemplativa e dolorosa, o porquê da existência do poeta… Simples: o que seria da poesia sem o poeta? Outra interrogação. Talvez ela (a poesia) viria a ser algo como um paliativo, uma coisa escrita por mãos comuns.
    Poesia pertence ao poeta quando provoca catástrofe levianamente sedutora num coração como o meu.

    Beijo o poeta de olhos fechados.

  3. quem é o autor deste poema urgente !!!!

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